Na minha pele

quinta-feira, junho 29, 2006

Quando se ama como eu...

Felizes e tranqülos são aqueles que nada tem. Aqueles seres evoluídos que abdicam de todas as coisas materiais consideradas necessárias.
Porque quem nada tem, nada tem a perder.
Podem achar que a vida de uma pessoa assim é triste, mas quem opta por nada ter não é pobre como uma pessoa que não consegue ter. Essa raça nobre de abdicados é para onde devemos ir com a evolução... eu acho.
Mas como um ser ainda atrasado nesse processo, me delicio com o apego a algumas coisas da vida, e poucas são materiais.
O problema é que esse vínculo, essa felicidade plena baseada na existência de outra pessoa na minha vida vai de encontro ao que os abdicados não temem, a perda.

Quem tem o que tenho hoje temeria como eu.
Temeria falhar.
Temeria errar.
Temeria o tempo e as adversidades.
Temeria a fraqueza na hora dos tsunamis que sempre aparecem ao longo dos anos.
Temeria a morte, coisa que nunca temi antes. Mas não a minha morte, pois essa eu sempre lidei bem.

É......

Quando se ama como eu...

segunda-feira, junho 19, 2006

Home sweet Home...

Ouço há anos aquele papo de que casa é o lugar onde o coração está, mas eu apenas entendia até um certo ponto o que isso significava.
Assim como o papel de madrasta eu só comecei a entender mais completamente depois de virar uma, só agora sei como é ter meu coração em um lugar separado da minha casa "física".
No meu apartamento posso ter tudo que é meu.
Todos os meus livros estão lá.
Todas as minhas panelas e receitas de risotos.
Todas as minhas fotos e lembranças materiais.
Lá está o meu sofá e o meu urso.
Minhas roupas ficam me esperando no armário do quarto.

Mas eu não estou lá, mesmo quando estou.
Eu estou onde o meu coração está, é lá que sinto que estou em casa.

Apenas olhando nos olhos dele, de frente para o seu sorriso e dentro do seu abraço que eu me sinto em casa.
Pode me faltar roupa, posso ficar sem meu computador, mas continuo em casa com ele.
Nada desses itens "ditos meus" me completa. Apenas estar ao lado dele, na rua, na casa, ou na fazenda...rs

Que bom que agora a casa vai estar comigo o tempo todo e vamos deixar de ter o meu e o seu e vamos ter o nosso... a nossa...

sexta-feira, junho 09, 2006

Sendo Madrasta...

Eu tenho uma madastra que eu amo. Ela entrou na minha vida quando eu tinha 8 anos e, para a minha felicidade, continua até hoje nas nossas vidas. O curioso é que eu sempre tentei entender os sentimentos envolvidos na função "madrástica" mas eu nunca pude entender de verdade algumas coisas que pareciam capricho.

Aquela coisa que, na posição de filha, achava bobeira. Um certo ciúme da minha mãe. Mas não um ciúme de eu ser filha dela, mas da presença eterna que ela teria na vida do meu pai. Essa ligação que os dois terão por toda a vida. E como minha madrasta não teve filhos, por uma maldade da vida com ela, ela nem pôde criar esse vínculo com o meu pai, tendo apenas que se contentar com os dois que ele já tinha.

Quando eu percebia alguma situação estranha no ar eu achava meio desproporcional sabendo que minha mãe e meu pai nunca mais tiveram nada. E o ciúme e mal estar era dos dois lado, minha mãe querendo monopolizar o cargo de mãe e minha madrasta querendo garantir um posto de maternidade. Muito justo, porque minha mãe é minha mãe e minha madrasta é minha mãe também. Depois de tudo que vivemos, depois de tantos anos, depois de estar durante todos os momentos conosco, ela não pode ter um cargo menor do que este.

Mas eu não entendia na alma, na pele, na cabeça.

Agora eu entendo.... ou melhor, vou entendeo aos poucos.

Quando viramos madrastas somos estranhas no ninho. Temos um homem ao lado a quem amamos que já vem com um vínculo com outra mulher e com uma criança que já faz parte do relacionamento. A criança é uma felicidade, mas dá calafrios só de pensar em não se dar bem. Porque você ama o pai dela e quer que tudo dê certo, que se forme uma nova família e que todos achem os seus espaços.

Mas e a mulher que deu à luz à criança? Ela deve se preocupar com a vinda de uma madrasta para a vida da sua filha porque nunca se sabe a índole da outra até que se conviva e expor um filho dessa forma pode ser trágico. Mas isso é outro caso, não o meu.

O meu é o simples caso da nova madrasta que mal assumiu o cargo e já tem que lidar com um mundo de relações que ela não pode, nem deve tentar vencer. Existirá eternamente uma outra mulher e o que rezamos, pelo visto, nós madrastas fazemos todas isso, é para que ela se afaste cada vez mais com o tempo e fique simplesmente no cargo de mãe e não de companheira, esposa das antigas, ou qualquer coisa parecida.

O problema é que isso demanda uma série de gestos políticos e todos os lados devem estar empenhados em não cruzar certas linhas, porque elas existem queiramos ou não.
Cada uma das mulheres ou homens, no caso de padrastos, devem cuidar para entender até onde podem ir.

Eu ainda estou aprendendo e acho que levará um bom tempo e uma série de desencontros até que todas as bolinhas de gude voltem para os seus lugares e achem novos espaços.

Enquanto isso eu me empenho em não ser egoísta nem ciumenta. Me empenho em fazer da minha experiência de vida algo aproveitável e reciclável. Se vivi tantos anos como filha de madrasta agora tenho a oportunidade de estar do outro lado da moeda. Quem sabe ainda aprendo mais coisas que me façam entender cada centímetro da minha própria e querida madrasta.



Ahh, hoje entendo porque ela nunca gostou dessa nomenclatura, hoje eu entendo muito mais.


Nada como um dia após o outro e uma experiência após a outra.

Ufa...

Tomara que eu acerte... e se errar, que seja um erro pequeno. Que eu possa ser sábia e que o amor, apenas o amor me guie em todas as minhas atitudes. Acho que assim não tem erro.

segunda-feira, junho 05, 2006

EU TE AMO

Eu te amo de um jeito que nunca amei antes.

Um amor que tem raíz e que tem altura. Perto do meu amor por você aquela Araucária ainda é um broto. Meu amor por você não nasceu e cresceu como um ser vivo normal. Ele já existia comigo desde que deixei o ventre da minha mãe e aguardou a sua chegada para explodir dentro de mim e agora nem mais dentro ele consegue ficar.

Quando a gente encarnou de novo combinamos que em um certo ponto da vida nos encontraríamos e assim foi. Eu fui parar em um lugar estranho e fora do meu mundo só para poder te resgatar para a minha vida. Mas foi você que me resgatou de um afogamento e me trouxe para o topo.


Foi quando o chão tremeu, tudo ao meu redor parece que foi parar no lugar que sempre deveria ter estado.
É como se o céu tivesse ficado azul,sem nuvens, depois de uma longa frente fria. Por onde olho vejo estrelas em uma noite sem lua.
Foi quando eu entrei no Vitara Verde.

Mas o amor não podia ficar só dentro do meu peito, a cada dia ele toma conta de mais um espaço dentro de mim e chega ao ponto de martelar meu coração, minha mente, meu corpo, meus pensamentos, meus olhos, minha boca, minha respiração... Eu não conseguia olhar para você sem querer te metralhar com palavras que pudessem exprimir o quanto eu sinto. Eu precisei tirar do peito o que você mesmo colocou nele. Mas quando fui fazer essa transfusão, quando fui dissecar meu coração, quando finalmente não aguentei mais manter esta alegria que enche o meu peito só de pensar em você... você... ahh você...

Não bastava tudo...
Não bastava ser...
Não bastava sua entrega...
Não bastava sua confiança...

Você me arrebatou. Mais uma vez tive que jogar a toalha. E se meu amor já era sem fim e indomável, ficou completo e em paz.

Por isso sei que te amo como nunca amei. Porque ele é puro, ele é calmo ao mesmo tempo que latenjante. Porque ele só precisa dos seus olhos e do seu sorriso. Com a mera imagem do seu rosto ele já dissipa todas as preocupações. Ele garante que eu não fique só nunca, com ele estou sempre com você. E hoje vivo cheia de imagens que nunca me deixarão. Um jardim, um céu, uma lareira, um MD preciosíssimo.

Eu te amo.

E amo ser amada por você.

Estou limitada...


As aulas de educação física da escola são, muitas vezes, motivo de reclamação por parte de alunos mais preguiçosos. Eu sempre adorei fazer aquelas aulas, a não ser quando era época de salto em distância, basquete ou natação. Mas todo o resto era muito divertido.

Em boa parte da vida eu fui ativa fisicamente. Fazia as aulas na escola e fazia academia quase todo dia. No final do ano meu pai nos levava para verdadeiras aventuras no mato, na caverna, na cachoeira...

Mas hoje, aos 26 anos de idade, sem fazer um exercício físico sequer nos últimos 8 meses me sinto limitada. Não é apenas uma sensação. Constatei na pele que, ou eu volto a minha forma física de um dois anos atrás, ou vou me sentir uma grande mer....Sempre fui de fazer altas trilhas e não tinha mal tempo. O cansaço batia mas nada que me parasse.

Mas neste final de semana eu parei!

Que sensação de derrota. Que sensação de velha! Que sensação de mer...

Não consegui subir 100 metros sem ficar ofegante. Em um trajeto simples de 30 minutos parei 3 vezes porque meu coração ia sair pela boca, e olha que eu não fumo. Tudo que meu corpo queria era parar de andar, mas eu, como ser, queria estar a mil, correndo, andando mais rápido que todo mundo. Sou competitiva, sou comparativa. Me vi atrapalhando o caminho do meu namorado que ia num fôlego só. Me senti aquela sedentária que fica na frente da televisão conhecendo o mundo pelas imagens via satélite.

ESSA NÃO SOU EU!

Mas que coisa chata. Queria voltar aos meus tempo de ginástica olímpica, de campeonatos de vôlei, de trilhas e acampamentos. Creio que vou ter que me render à esteira na sala de ginástica do meu prédio. Uma coisa que já gostei muito de fazer, mas que hoje não me anima.

Gostaria de poder pagar uma academia e voltar a fazer aquelas aulas que adoro. Body Pump, Body Combat, Aeróbica, Step... Musculação nunca foi a minha praia, apesar de ter feito por alguns anos.

Gosto daquela chatice de ficar pulando ao som de uma música, é mais instigante do que sair do sofá de casa para ir correr sozinha numa esteira e ter que ficar torcendo o pescoço pro lado pra conseguir ver a televisão mal posicionada...

Só sei que me senti limitada e não indico essa sensação pra ninguém. Não gostei e não quero repetir a dose. Mãos à massa e corpinho em forma.