Na minha pele

sexta-feira, maio 23, 2008

A ÚLTIMA IMAGEM

Prestes a ser sedada para uma cirurgia experimental no tratamento de câncer no cérebro ela vê objetos que refletem tudo. Aparelhos luminosos. Linhas verdes e vermelhas que marcam sua pulsação e seu ritmo de vida. Antes de colocar a máscara de oxigênio que carrega o sedativo final para a operação da qual ela provavelmente não voltará, ela pensa.

Se eu for morrer nessa mesa, qual é a última imagem que eu quero ter?
Tenho direito a essa imagem que vai acalmar o meu coração e é com ela que eu quero poder entrar na escuridão.
Essa imagem que me dá a maior sensação de paz que eu possa desejar.
Algo que me dá forças para continuar aqui deitada e não saia chutando todos esses aparatos que podem ou não me salvar do destino que me espera pelo avanço do câncer.

A máscara de ar está chegando.

Será agora?
Será apenas a escuridão da anestesia?
Verei a luz do quarto ou a luz do além?

Eu quero a minha imagem....

*******

É você Vitara Verde. A minha imagem é você.

Você é a última coisa que eu quero ver na vida.
A imagem que quero levar comigo para onde quer que eu vá.
Seja para o quarto de recuperação, seja para as estrelas.
Porque só com a sua imagem é que o céu pode ser estrelado.

terça-feira, maio 13, 2008

BBB dos Nardoni-Jatobá

A entre safra das edições do BBB da Rede Globo deixam o público sedento e carente. Para sanar essa falta de reality shows de grande porte as emissoras brasileiras criaram o BBB dos Nardoni-Jatobá.

O júri, assim como nos BBBs e outros realities é sempre popular.
Conheça os participantes e vote!

Alexandre Nardoni
Filhinho de papai e mulherengo. Engravidou uma, mas foi fisgado por outra que só para garantir, engravidou uma vez a mais que a anterior.

Anna Carolina Jatobá
Corpinho ok, estilo barraqueira, adora contar “causos” para as câmeras do “confessionário” e na hora de jogar o jogo.... não mede esforços para vencer. Com ela vale tudo, até esganadura.

Ana Carolina Oliveira
A “Cinderela” da turma. Vive um sonho lindo que é quebrado por uma bruxa maldosa. Pena que o príncipe encantado virou sapo.

Antônio Nardoni
Tipo: “Deixa que eu resolvo”. Um senhor que gosta de mimar os filhinhos. Bom parceiro no jogo já que não mede esforços para acobertar as tramóias de seus colegas favoritos.

Cristiane Nardoni
Todo jogo de xadrez precisa de um peão para ficar tirando a atenção dos avanços do rei ou do cavalo. Essa é a função da “perdida” Cristiane. Mas cuidado, ao telefone ela costuma falar mais do que deve e pode acabar com o jogo antes mesmo que ele comece.

Peças extras: ADVOGADOS DE PROMOTORIA E DEFESA
Participantes que tomam um lado. Fazem parte de uma turma e deixam claro que os “rivais” nunca podem estar certos.


ISABELLA NARDONI

Infelizmente a participante mais jovem já foi jogada para fora da casa....

Etiquetas: ,

terça-feira, abril 22, 2008

A INFIEL

Uma leitura de alta qualidade para ambos os sexos. Este é o livro da somali Ayann Hirsi Ali (Magan), “INFIEL”, que conta com riquíssimos detalhes toda a sua arrepiante história de vida.

Nascida na Somália, ela passou pela clitorectomia (a mutilação vaginal), mudou-se para a Etiópia, fugiu para a Holanda, acabou virando deputada e após ser jurada de morte por radicais, mora hoje nos Estados Unidos e foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes no mundo.

Li boa parte deste livro durante minha recente viagem pelo Egito e confesso que a paisagem ao meu redor, cheia de mulheres cobertas por panos, chamados para a prece cinco vezes ao dia nos alto falantes das cidades e o próprio comportamento masculino em um país islâmico, deixou a leitura do livro mais real ainda.

Ayaan é uma mulher brilhante. Daquelas que sonhamos ser um dia. Quando tem alguma dúvida, tem mais sede ainda de descobrir a resposta e vai até o último suspiro para conseguir chegar onde quer.

Depois de ler títulos como “O livreiro de Cabul” e tantas outras obras sobre o oriente médio e o islã, que agora tomam conta das prateleiras das livrarias, finalmente consegui acreditar e entender o que se passa nessa cultura tão distante da nossa.

É claro que esta é a experiência de uma pessoa. Tantas outras ao redor de Ayaan não tiveram o mesmo caminho, as mesmas dúvidas e muito menos tentaram encontrar uma verdade mais lógica. Mesmo assim, enxergando o islã pelos olhos de alguém que já usou a burca, já rezou cinco vezes por dia, já se submeteu às leis mais severas desta religião, e virou atéia, tudo ficou mais claro.

Olhava ao meu redor nas ruas do Cairo, da pequena cidade de Aswan, e de certa forma, na minha recém diminuída ignorância, entendi aquelas mulheres.

Para os homens, um aviso. Não é um livro feminista como podem achar. É um livro sobre a escolha de caminhos, a liberdade de expressão, a descoberta de um indivíduo independente.

A autora é tão “sábia” com relação à sua própria história que não me contive e grifei centenas de páginas do livro. Cada citação merece ser guardada, e cada atrocidade, eternamente lembrada para que lutemos pelo fim delas.

Invista no seu próprio crescimento pessoal. Abra a sua mente e leia este livro.
Vale mais do que a pena, vale uma vida.

Etiquetas: , , , , ,

segunda-feira, abril 21, 2008

Morte ao caso Isabela

Se o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá fosse morto, será que ficaríamos livres de noticiários insuportavelmente baseados na notícia da morte da menina Isabela?

Já basta. Aliás faz tempo que já basta.

Uma imprensa sedenta pelo circo que ela mesma criou agora noticia fanatismos da população. Pessoas, sem vida própria, que viajaram 400 km ou mais para vir ver o local do crime. Banheiros químicos tiveram que ser colocados na rua. Agora a família do casal sofre atentados de violência.

Isso sem falar nos pobres moradores vizinhos que passam o inferno para chegar e sair de casa. Não importa se são ou não culpados. Desde o começo eles foram julgados como assassinos e pronto. Por sorte, pelo que tudo indica, eles realmente orquestraram este hediondo crime, mas não estou aqui para avaliar isso. O que está errado no desenrolar do caso é o processo sanguessuga da imprensa televisiva brasileira.

A luta por audiência fez de apresentadores e repórteres, verdadeiros promotores e criminalistas respeitados. Teorias não faltaram. Cada um com a sua opinião pessoal, suas frases montadas de “tudo indica” e com isso horas de programação foram tomadas por UMA ÚNICA notícia. E com criatividade nossa categoria destrinchou a mesma e segmentos:

Isabela morreu
Indícios
Depoimentos casal
Depoimentos famílias
Povo fala
Histórico família
Mãe que não se pronuncia
E-mails
Ataques da população
Recados no orkut
Cenas da Isabela em vida

E por aí vai. Tudo é motivo para editar um VT sobre a pobre menina Isabela.

Isabela de manhã.
Isabela na hora do almoço.
Isabela de tarde.
Isabela no jantar.
Isabela antes de ir pra cama...

É mais freqüente do que doses de antiinflamatório.

Será que o Brasil parou? E o mundo?
Está tudo calmo no Tibet?
A dengue já não mata mais ninguém no Rio nem no interior de São Paulo?
O caso daquela menina de 12 anos torturada em Goiânia não merece atenção e desfecho?
A tentativa de aumentar o tempo do Presidente Lula no cargo, seja por mais dois anos seja por uma nova reeleição, não são alarmantes o suficiente?
O pedido do General Augusto Heleno de maior atenção para a segurança na Amazônia não são dignos de longas discussões sobre o tratamento dado à região e à demarcação de reservas indígenas?

Pelo visto, não.

Enquanto esse casal não for condenado, culpado por um júri, mandado para a cadeia, estuprado pelos detentos e detentas, torturados de formas bizarras durante sua estadia na cadeia e quem sabe, morto por não resistir à fúria de prisioneiros tão inescrupulosos quanto, o Brasil continuará parado, cego e surdo.

Mas pra mim chega, de agora em diante tapo os ouvidos e canto “lá lá lá lá” para não fazer parte dessa população apaixonada por novelas que vive a desgraça dos outros sem se tocar, ou pior, sem dar a mesma atenção e dedicação à sua própria vida.

Tenho mais o que fazer.

Etiquetas: , ,

terça-feira, fevereiro 26, 2008

NAS PROFUNDEZAS DO METRÔ

Hoje, depois de muitos e muitos anos, eu andei de metrô em São Paulo. Para quem não tem carro próprio esse comentário automaticamente me torna algum tipo de patricinha alienígena, mas o fato é que há muito tempo eu não precisava utilizar esse meio de transporte.

Precisar... essa palavra não é a mais correta na escolha do metrô. Pelo contrário, sempre fui adepta daqueles que dizem “Se o metrô chegasse até o meu trabalho, deixaria o carro em casa.”

Fiz quase isso. Saí de casa com o meu carrinho, parei em um estacionamento, caminhei 3 quadras e desci para o metrô. Já tendo em mãos os meus bilhetes de ida e volta, passei a catraca e fui até o mapa mais próximo para ver o meu caminho.

Me lembrei de tantos outros metrôs no exterior... Que organização... que praticidade.

Mal pude “estacionar” o meu corpo na linha de chegada do trem e ele apareceu. Em cinco minutos eu já estava no meu destino.

Enquanto aguardava um amigo refleti sobre a sensação da liberdade. Sem buzinas, sem faróis, sem ter que passar marcha, sem preocupação...

Centenas de pessoas transitando à minha frente. Pessoas arrumadas e com pressa. Pessoas idosas. Pessoas simples. Deficientes. Crianças.
A catraca tomando conta do emaranhado de sons.

A cidade de São Paulo não deve ser medida como agitada pelas suas ruas, até porque elas vivem paradas. A rapidez dessa megalópole deve ser exemplificada pelas catracas do metrô.

Imagine poder fugir de toda a maluquice e stress do trânsito e com poucos passos poder chegar ao seu destino. Pena que nos horários de pico a falta de malha metroviária e quantidade de trens faz desse espaço um verdadeiro caos.

Mas tudo poderia ser melhor, para as pessoas e para o meio ambiente também. Eu não gosto de andar de ônibus, mas amaria andar de metrô.

sexta-feira, outubro 05, 2007

As rádios estão insuportáveis

Estão fora dessa reclamação formal as rádios USP, Antena 1, Alpha e Cultura. Até a Nova Brasil FM anda entediante...

Eu ouço de tudo, gosto do clássico ao pop, hip hop e black, mas as rádios está chegando ao ponto do ridículo. Você muda de uma estação para outra e ouve a mesma música em ponto diferente.

Se ouvir por mais de uma hora, percebe que o PlayList deve ter apenas uns 15 a 20 títulos porque tudo é igual, tudo se repete...

A 89 mudou de Rádio Rock para Rádio "Maria Vai com as Outras", a Kiss deixou de ser a "Classic Rock" e coloca sons da antiga 89. A Transamérica, Jovem Pan e Mix tocam qualquer Black hit lá de fora e repetem até os próprios artistas cansarem da própria música.

Aí, nos horários de pico, tem uns programas idênticos com um bando de gente que se acha muito engraçada... sempre com um integrante que sabe fazer vozes diferentes, uma mulher burra ou irritante, um cara que faz o 'esperto' da turma.... e por aí vai.

PELO AMOR DE DEUS!!! Vou acabar tendo que ouvir futebol nas AMs.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Futebol Feminino

Eu já ouvi de tudo.
Já ouvi que mulher não consegue enxergar 180º, que não consegue correr por 90 minutos, que não chega aos pés de fulano...

Hoje, depois de uma linda participação nos jogos Panamericanos e agora, outra belíssima atuação no Mundial, a seleção feminina de futebol virou motivo de comparações.

O curioso é que alguns comentaristas esportivos se ofendem com o que ouvintes e internautas HOMENS têm a dizer. "Marta para a seleção brasileira", "Elas jogam mais que os marmanjos"... etc.

Um comentarista ainda teve a pachorra de dizer que as mulheres ainda tem que ralar muito para chegar ao patamar da instituição centenária que é o futebol masculino.

O que eles não se tocam é que essa instituição está falida.
Muitos jogadores jogam por puro inetresse e quando querem.
O amor pelo esporte não se compara aos planos financeiros e contratações européias (o que não é culpável já que não há nada de errado em querer garantir sua qualidade de vida, ainda mais quando se sai de lugares muito pobres.)

Mas os torcedores estão cansados das mesmas ladainhas, dos jogos brutos e das coletivas de imprensa que parecem um eterno replay. A arrogância dos técnicos, a fala memorizada dos jogadores na saída do campo, os jogos murchos, as mesmas desculpas.

Falta futebol. Falta drible e grandes jogadas. Falta vontade de querer mostrar talento.
E é isso que as meninas estão conseguindo fazer.

A boa parte de estarem no "dito" começo, é que elas não foram corrompidas pelo dinheiro nem pela fama. E se esse é apenas o começo, estou louca para ver o que vem por aí...
SE ELES DEIXAREM....

E elas SÃO MUITO BOAS. Querendo ou não!!

terça-feira, setembro 25, 2007

Campanha "Político obrigado ao Público"

Indignada com os noticiários recorrentes na televisão e aterrorizada pela imagem da mulher em trabalho de parto que passou 12 horas tentando conseguir vaga em hospitais, eu decidi lançar duas campanhas essenciais:

TODA PESSOA QUE ENTRAR PARA O PODER PÚBLICO, independente do cargo, SÓ PODE SER ATENDIDA EM HOSPITAIS DA REDE PÚBLICA.

Cláusula 1 - Presidente da República, Vice, Governadores, Prefeitos, Senadores, Deputados, Promotores, Juízes, etc. não podem pagar plano de saúde privado.

Cláusula 2 - Viagens interestaduais são proibidas, já que todos os grandes hospitais de cada região devem estar equipados com os melhores equipamentos disponíveis e médicos preparados.
Cláusula 3 - Em caso de insistência do indivíduo do poder público, os hospitais privados devem alertar a polícia e encaminhá-lo para a unidade pública mais próxima.

Cláusula 4 - Familiares dos políticos e servidores são obrigados por lei a compartilhar da opção pública da mesma forma.

EM PARALELO...

TODA PESSOA QUE ENTRAR PARA O PODER PÚBLICO, independente do cargo, SÓ PODE COLOCAR FAMILIARES PARA ESTUDAR EM ESCOLAS PÚBLICAS.

Cláusula única - profissionais do poder público devem usufruir dos serviços públicos, sendo assim, só podem estudar e colocar seus parentes para estudar em escolas públicas e próximas à sua residência, enfrentando a mesma fila para vagas como os demais cidadãos.

Talvez assim, fazendo o que acredito ser o mais óbvio dos deveres públicos, os senhores de Brasília, e demais, tomem uma atitude decente para com a saúde e ensino do país.

Parece algo impossível, mas se fosse feito, parte dos nossos problemas acabariam.....

Pense a respeito... Divulgue....

sexta-feira, setembro 21, 2007

"Serasa neles- a vingança do consumidor"

Se deixamos de pagar uma conta por uma semana, o telefone toca e uma atendente simpática e sorridente nos avisa que caso o débito continue em aberto por mais um dia o seu lindo nome vai para o SERASA.

Se isso realmente acontecer, o caminho à frente será tortuoso e com muitos minutos de espera telefônica. Nossa vida fica pendurada por um pequeno acidente financeiro e na opinião das empresas esse é um verdadeiro PROBLEMA NOSSO.

Mas e os maus tratos do telemarketing receptivo? E os erros incontáveis dessas empresas terceirizadas que nos passam dados errados? Que nos pedem cópia do contrato de compra do imóvel para liberação de uma linha telefônica?

E os prazos de entrega que não são cumpridos? E as falhas de atendimento? Ou de qualidade do produto ou serviço comprados?

Tudo isso é muito mais grave...
E o que podemos fazer?
NADA.

O Procon é uma lentidão e não é um órgão jurídico punitivo.
Quero lançar a campanha "Serasa neles- a vingança do consumidor". Alguma forma de poder complicar a vida das empresas que acham que o brasileiro é burro e sem necessidades reais.
Que as empresas tenham o nome sujo no mercado e paguem por isso.

Tudo para que sejamos vistos como consumidores com direitos. Compramos um serviço e queremos que ele funcione e com bom atendimento.
Ok, a empresa quer que paguemos por ele, muito justo e correto, mas a via tem que ser de duas mãos.

terça-feira, setembro 11, 2007

O início da clausura

Hoje pela manhã eu tive um "insight" sobre a posição da mulher na sociedade e quando a clausura em casa teria começado. De acordo com os meus cálculos, o mais óbvio seria o seguinte:

A mulher mestrua.
Os animais feroses e carnívoros seguem o rastro e o cheiro de sangue.
As mulheres se tornam um perigo para a comunidade.

Assim, as damas neandertais foram obrigadas a ficar em casa durante esse período mensal como medida de segurança. Talvez isso tenham desencadeado um costume de mulheres em casa e homens na caça que nos traz até os dias de hoje.

A diferença é que desde então, os animais predadores que não podem sentir o cheiro da fêmea deixaram de ser de outra espécie. Desde muito tempo, são os homens que temem as mulheres e por isso algumas culturas as escondem em burcas e tantos outros panos, mantendo-as invisíveis.