segunda-feira, janeiro 09, 2006

De Shakespeare a Hollywood

Talvez a leitura de algumas peças de Shakespeare na infância e adolescência tenham contribuído para a formação dramática da minha personalidade. Talvez seja um pouco da libriana que sou ou da italiana que fui aos 2 anos de idade, mas Shakespeare tem muito a ver com isso.

Mas aos 26 anos de idade, solteira e semi-independente, não quero mais viver os contos de "Hamlet", "Macbeth" e "Romeu e Julieta". Nem mesmo a comédia romântica de "Muito Barulho por Nada". Shakespeare é o visionário da realidade dos sentimento. Ele é a fita métrica dos relacionamentos humanos. Mas, apesar de ser correto e perspicaz, não quero seguir minha vida levando-a para um final trágico.

Não quero ter os amantes mortos pelas dificuldades da vida ou pelos desencontros sociais. Não quero ter um duelo final com boa parte dos personagens mortos no chão. Não quero que essa mania de refletir sobre tudo me levem à loucura e à solidão. Nem à imaginar marcas de "sangue" onde não mais existem como Lady Macbeth.

Então peço perdão ao grande e nobre escritor. Peço perdão por não mais querer viver até o limite da paixão, onde a última gota faz transbordar o copo.

Quero me entregar às baboseiras Hollywoodianas. (Deus me perdoe...) Onde tudo é como "Passargada"- grande Manoel Bandeira. "Lá sou amigo do rei..."
Na vida Hollywoodiana o final é sempre e irritantemente feliz. O amor vence sempre. E a luta e batalha por ele é pelo menos mais leal. Nesse modo de vida, os homens ainda se entregam ao amor, ainda se permitem fazer bobagens e loucuras pela mulher amada.
Ahhhh, a vida Hollywoodiana é mais prazerosa, mais romântica...
E o melhor, sempre acaba FELIZ NO FINAL!

(peço perdão àqueles que odeiam Hollywood, foi apenas uma figura de linguagem)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

MM, meu amor, estás coberta de razões, viver Hollywoodinamente é viver plenamente. Te lembras daquela sensação que nos domina ao final de cada comédia romantica ? Aquela sensação de que a vida devia ser assim, de que nos falta alguma coisa. Mas, se te detiveres, um pouco que seja, em cada um destes contos de fadas, perceberas que, invariavelmente, a almejada felicidade se encontrava, por assim dizer, escondida em um pequeno detalhe, em uma verdade interior que o protagonista perdera no curso da vida e que sempre, sempre esteve lá, bem diante de seus olhos; ocupados que estavam com as coisas que nesta vida pertubada parecem importantes, mas que em verdade em verdade apenas nos impedem de ver o que de verdadeiramente importante existe na vida, e que, indubitavelmente, está dentro de nossos corações.
Hollywood é lindo, eu mesmo não passo muito tempo sem vivenciar a fuga hollywoodiana, mas, meu amor,acreito que o american way of dream não se compatibiliza com o "você tem que estar preparado para se queimar na própria chama: como se renovar sem primeiro se tornar cinza".
Belas palavras, ninguém foi mais lúcido que Nietzsche (nem mais triste).
Penso que conheço o seu coração, so um pouquinho, mas o suficiente para saber que a tua percepção está além do bem e do mal, e de Hollywood.

5:01 da manhã  

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