segunda-feira, setembro 11, 2006

9/11 - 11/9 - 11 de Setembro

Dois aviões se chocam contra duas torres. Centenas de pessoas morrem. O 11 de setembro de 2001 foi um dia que aparentemente mudou a história do mundo. Hoje ainda somos bombardeados por histórias, memórias e indignação. Mas porque? Porque tamanha comoção?

Será porque finalmente nos identificamos com a vítima? Será porque, como no caso Suzanne Richtofen, podia ser um de nós? Será que demos de cara com crueldades contra pessoas democratizadas, "civilizadas", que falavam inglês, moravam em Nova Iorque, tomavam café indo para o trabalho, vestiam calças jeans e salto alto?

Morreu muito menos gente do que em muitos ataques no Oriente Médio, no continente Africano e nas estatísticas brasileiras de homicídios.

Eu ainda me aterrizo quando imagino ter que escolher entre morrer queimada ou me jogar pela janela... Mas pessoas são pessoas em qualquer lugar do mundo. Crueldades muito maiores estão acontecendo neste momento.

Dó mesmo eu tenho das vidas de torturas que algumas sociedades perpetuam. Sociedades abandonadas e corrompidas por nós, "civilizados". Aquelas pessoas no World Trade Center sofreram horrores por segundos, minutos, poucas horas...

Tem gente que sofre a vida toda...
A vida toda...
E ninguém faz musicais para arrecadar fundos! Ninguém quer nem saber notícias, porque... de que importa????

Mas a queda das torres importou.

Eu entrevistei o presidente mundial do WTC, Sr. Guy Tosoli, em sua visita ao Brasil, logo após a queda das torres, e conheci um homem sorridente, brincalhão, cheio de esperança. Um homem que, em questão de horas, viu grande parte material do seu império ir para o chão, levando a vida de seus dedicados empregados com ela. Curioso é que neste único dia, por ação divina, quem sabe, ele não pegou o caminho normal e foi parar numa ponte interditada por um ônibus quebrado. Neste dia, o homem que nunca se atrasava, que era dono de um símbolo do poderio econômico norte-americano, assistiu de longe e não correu perigo.

Foi muito oportuna a ação terrorista. Uma ação prevista pela CIA e abafada pelo então Secretário de Justiça, John Aschcroft. Oportuna porque dava ao presidente George W. Bush a desculpa que ele tanto esperava para atacar o Iraque.

Agentes e mais agentes, funcionários do governo... Não são poucos os que apontam que o presidente insistiu durante as primeiras horas após os ataques, que se fizesse alguma ligação com o Iraque. Apesar de todos indicarem que não havia. Tudo apontava para a Al Qaeda, Osama Bin Laden e conseqüentemente, o Afeganistão.

Ah... Mas logo o Afeganistão??? Há anos o governo norte-americano tentava assinar acordos, através da Unocal, para a criação de um oleoduto que ligasse os poços do país ao Mar Cáspio. Quantos e quantos representantes da Arábia Saudita foram à América para negociar?
Então deu-se um jeito muito inteligente.

Atacar o Afeganistão com dois meses de atraso, (prático para Bin Laden, que continua solto), e colocar como administrador da transição o antigo consultor da Unocal, que hoje é presidente eleito, Sr. Hamid Karzai. E ele garantiu que as negociações caminhassem mais rapidamente.
Depois de assegurado o petróleo e deixada, mais ainda de lado, a busca pelo "terrorista nº 1", hora de virar os canhões para o verdadeiro alvo: O Iraque!

Bom, o resto da história nós já sabemos. Discussões com a ONU, falta de apoio mundial, nenhuma prova de armas de destruição em massa, invasão, guerra, mortes, poços de petróleo assegurados, prisão do Saddam, país em caos total até hoje...

Um pensamento curioso que eu confesso ter tirado do filme "Farenheit 9/11", do controverso e questionável, porém perspicaz Michael Moore, é que os primeiros a se alistar para o exército sempre são pessoas de classes mais baixas. Pessoas simples, que vivem com dificuldade, com pouca perspectiva de vida. Essas pessoas se propõem a defender o sistema e o país que as deixa viver dessa forma deplorável. "Elas vão lutar para que nós não tenhamos que fazer isso..." ele diz no filme ao mostrar que apenas um congressista tinha um filho alistado na guerra.
Porque quem decide, quem é responsável pelo ato de guerra oficial, não manda os próprios filhos. Não em países democráticos e "civilizados". Que vá o povão.
E só o que eles pedem é que sejam convocados por um motivo de absoluta certeza.
Lá vão os pobres dentre os americanos matar e morrer ao lado dos ainda mais pobres afegãos, iraquianos, sírios, libaneses...

Tudo isso me faz parar para pensar em muitas coisas.
Em conspirações, que morreremos sem saber que existem de fato.
Em alianças mórbidas.
Em vidas jogadas no lixo.
Em vidas consideradas sem valor.
Em um futuro triste para a humanidade, para nós, para nossos filhos.

Eu queria ser católica ferrenha e achar que depois de morta tudo acaba.
Como espírita sei que volto, não sou evoluída a ponto de ficar por lá. E ao voltar devo ver os cacos ou até mesmo o momento da destruição total para a qual estamos nos dirigindo a cada dia...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Vou juntar 3 trechos do seu texto ...

"... o presidente mundial do WTC, Sr. Guy Posoli ... Curioso é que neste único dia, por ação divina, quem sabe, ele não pegou o caminho normal e foi parar numa ponte interditada ... Neste dia, o homem que nunca se atrasava, que era dono de um símbolo do poderio econômico norte-americano, assistiu de longe e não correu perigo...

..Foi muito oportuna a ação terrorista. Uma ação prevista pela CIA e abafada pelo então Secretário de Justiça, John Aschcroft...


.. Um pensamento curioso que eu confesso ter tirado do filme "Farenheit 9/11", do controverso e questionável, porém perspicaz Michael Mooren ...


... Tudo isso me faz parar para pensar em muitas coisas.
Em conspirações, que morreremos sem saber que existem de fato.
Em alianças mórbidas.
Em vidas jogadas no lixo.
Em vidas consideradas sem valor..."


Ou seja .. Sr. Guy Posoli ...não pegou o caminho normal e foi parar numa ponte interditada..ação prevista pela CIA ..Em conspirações, que morreremos sem saber que existem de fato.
Em alianças mórbidas.
Em vidas jogadas no lixo.
Em vidas consideradas sem valor.

11:19 da manhã  

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