segunda-feira, maio 15, 2006

Eu e a deserta São Paulo!


Era para eu dormir na casa da minha mãe, no meio do longo caminho entre meu trabalho e minha casa. Levei cerca de uma hora para atravessar um percurso de poucos quilômetros em um trânsito nunca antes visto às 16hs.

No rosto das pessoas que me rodeavam em seus carros, as expressões eram parecidas: pressa, medo e raiva daquele trânsito que nos prendia na rua.

Eu parto do princípio que já sofri o meu limite de violência e me recuso a pensar que sofrerei novamente. Assaltos, sequestro... ok, já deu a minha cota. Mas hoje a sensação era de Estado de Sítio.

Uma visão um pouco alarmada demais pela mídia e um pouco exagerada demais por parte de grupos bandidos que nem fazem parte do PCC mas que se aproveitaram da bagunça para aprontar. E porque não o fariam? Obviamente uma série de ataques conseguiu desestruturar a polícia paulista.

Fiquei ouvindo incrédula a série de reportagens que passavam na Tv e o que eu mais queria era ir pra minha casa. Aquela sensação meio Dorothy do Mágico de Oz, pena que não foi tão simples quanto bater os calcanhares três vezes usando um sapato vermelho brilhante. Mas tenho a impressão que tive algo do tipo de uma fada madrinha.

Lá pelas tantas, acho que por volta das 21hs, resolvi encarar as ruas de São Paulo, estando elas paradas pelo trânsito ou desertas pelo medo.
Optei por utilizar a minha velocidade predileta que é a mais alta possível e, para a minha total alegria, pude pisar bem fundo nas ruas fantasmagóricas de uma cidade que até hoje, não dormia.

Ao mesmo tempo que foi divertido poder atravessar um percurso que, geralmente faço em uma hora, em pouco mais de 25 minutos, também fiquei assustada por não saber se a gravidade era grave ou era fantasiada.

Mas voltemos à fada madrinha da noite.

No meio da Av. Francisco Morato, por onde eu já andava a um milhão por hora e sem grandes cuidados com o farol vermelho, dois carros enormes da polícia apareceram do meu lado e começaram a seguir o mesmo caminho que eu. No farol seguinte resolvi parar porque passar no vermelho parecendo uma fugitiva na frente de policiais procurando culpados... ahhh isso seria estúpido.

Para a minha surpresa, um simpático policial, um pocuo mais velho e todo envolto em lã, por causa do intenso frio da cidade deserta, me pediu para baixar o vidro. Educadamente eu segui suas ordens e ele disse em um tom de voz muito atencioso:

"Minha filha, você está indo pra casa?"
"Sim senhor"- respondi
"Mora aqui perto?"
"Estou quase chegando"
"Então vá rápido pra casa. Saia logo daqui, por favor."
"Posso passar então?"- o sinal ainda estava vermelho
"Pode, vá."

Acelerei como Fernando Alonso e ao mesmo tempo que senti na carne o perigo que corria depois de ser alertada por um policial, também me senti mais protegida só por ter sido gentilmente alertada. Queria voltar e agradecê-lo pela preocupação, quem sabe desejar boa sorte na noite de terror que provavelmente teriam que viver.

Não sou contra a força policial, não acho que todos são corruptos, até porque tenho um respeito e admiração enorme pelo meu amigo Capitão Lucca que há anos prova ser um exímio servidor à sociedade. Sinto pena de todos nessa situação, desde os pobres coitados, sem instrução, sem chances na vida, sem perspectiva que se voltam para o crime, aos cidadãos indefesos e aos policiais que, sabe lá Deus por que razão, entraram numa profissão tão cruel...

Me dou o direito de um pequeno momento de Poliana.

Mas para quem viveu, em um só dia, um pouco de Independence Day e de Mágico de Oz, um pouco de Poliana é a melhor forma para adentrar uma noite tão fria.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

oi ma...
não sei escrever "bunitcho" que nem vocês... motivo pelo qual sempre odiei a área de humanas ahaha
... mas mesmo assim o texto clichê tem valor...você sabe né!
adorei receber noticias suas... ainda mais notícias otimas como as que você me deu...
torço muito pra sua felicidade. Tenho uma grande admiração por você por tudo que você ja conquistou, por ser uma batalhadora, e sou eternamente grata pois quando eu estava assustada no começo do namoro me sentindo totalmente perdida naquela casa que eu não conhecia ninguém... você me acolheu muito bem... não que os meninos não tenham feito isso... mas você com um jeito todo especial, todo seu, e me ajudou a me sentir "em casa"... em menos de um mês eu tinha com você uma amizade mais verdadeira do que com a minha cunhada que namora o meu irmão ha quase 5 anos...
espero que essa amizade ainda perdure por muito tempo... mesmo com a distância... sempre existe os fins de semana... claro q agora eles estão reservados pra uma pessoa especial (que eu espero um dia conhecer, ja que essa pessoa esta fazendo a minha amiga tão bem!)... mas quando sobrar um tempinho, ou bater aquela fome de japones hahaa ja sabe ne, ou ainda se você quiser criticos para sua culinaria ... eu me candidato !!!
bom querida... é isso ai... um otimo fim de semana, manda um beijo pro homem do vitara... e um maior ainda pra vc!
bjs re

7:41 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

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Anonymous Anónimo said...

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